quarta-feira, 25 de abril de 2012

Dor dos pais de jovens mortos no rio Mucuri comove cidade no Norte do ES

Leandro Nossa Do G1 ES

A informação da localização do carro dos universitários desaparecidos no Sul da Bahia foi recebida com comoção por mais de 50 pessoas que se concentraram na porta da Delegacia de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, por volta das 20 h 50 desta terça-feira (24).

Os cinco amigos. Abaixo o carro encontrado no rio Mucuri

Após passarem o dia de vigília na delegacia, os pais foram convocados pelo delegado Janderson Lube a comparecerem ao seu escritório, onde a notícia foi dada. De acordo com informações do capitão Anilton Almeida, do 13º Batalhão de Teixeira de Freitas, o Fiat Punto com as mesmas placas do veículo capixaba foi encontrado submerso no Rio Mucuri.

Familiares saíram da sala do delegado aos prantos e, abalados, os pais dos jovens se recusaram a falar com a imprensa. Muitos moradores de São Mateus compareceram à delegacia para prestar solidariedade aos familiares. Segundo a polícia da Bahia, o corpo de um dos jovens foi resgatado do lado de fora do veículo.

Momentos antes da notícia, os pais conversaram com a imprensa. "Só precisamos de esclarecimento, queremos que as autoridades expliquem o que está acontecendo, não aguentamos mais ficar nessa angústia", disse Márcia Oliveira, mãe de Rosaflor, minutos antes do esclarecimento, enfim, chegar.

Amigos e luto na Ufes

Segundo o amigo dos jovens Bruno Hortelã, o clima na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) estava pesado. “Ninguém conseguia ir para a aula. Íamos para a delegacia fazer vigília”, disse. Evelin Trevisan contou que, depois do boato, estavam felizes com as buscas renovadas. O também amigo Eduardo Santos contou que os universitários devem fazer uma homenagem aos jovens em São Mateus.

Pais e amigos choram na porta da delegacia em São Mateus

O diretor do Centro de São Mateus da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), afirmou que pretende declarar luto no campus a partir desta quarta-feira (25). "Eles eram muito queridos, com certeza, vamos prestar alguma homenagem, a intenção é declarar luto na universidade", contou Marcelo de Almeida.

Na manhã desta terça-feira (24), a Secretaria de Estado de Segurança Pública chegou a informar que um carro com cinco corpos havia sido encontrado na localidade de Juerana, próximo a Posto da Mata, em Nova Viçosa. Mas o superintendente de Polícia do Interior Danilo Bahiense sobrevoou o local e não confirmou o fato.

Bahiense afirma que o que motivou as buscas foi "um boato". "Recebemos a informação e fomos ao local para checar. Sobrevoamos a região de helicóptero e o coronel também nos auxiliou, de carro, mas foi boato. Não encontramos nada", disse.

Desaparecimento

Os cinco jovens que seguiam do Norte do Espírito Santo para Prado, na Bahia, na última sexta-feira (20), desapareceram antes de chegar ao destino, segundo familiares. Os universitários de São Mateus e Colatina saíram do Espírito Santo às 19h. Segundo a polícia, o último lugar em que eles foram vistos foi em Itabatã, na Bahia.

Rosaflor Oliveira, Izadora Ribeiro, Amanda Oliveira, Marllonn Amaral estavam no carro guiado por André Galão. Eles iam para Prado comemorar o aniversário da mãe de Izadora.

Segundo a mãe de Rosaflor, Márcia Pereira de Oliveira, todos os pais dos cinco jovens estão reunidos na delegacia da Polícia Civil, em São Mateus.

Entenda o caso

Izadora Ribeiro, Marllonn Amaral, Amanda Oliveira, Rosaflor Oliveira e André Galão viajavam em um carro modelo Punto, placa ODC-6985, para comemorar o aniversário da mãe de Izadora, que mora em Prado. Até a manhã de terça-feira (23), eles não haviam sido encontrados.


Segundo o delegado Walter Barcelos, os celulares dos cinco jovens pararam de funcionar quase simultaneamente. "Eles saíram do Espírito Santo por volta das 19h e, por volta das 21h, os celulares apagaram ao mesmo tempo perto do município de Pedro Canário, na divisa com a Bahia", disse o delegado ao CORREIO. A viagem deveria durar aproximadamente três horas.

Com a demora dos jovens, os pais da Izadora fizeram o trajeto contrário da viagem à procura de acidente. Como não encontraram, procuraram a polícia em São Mateus para informar o desaparecimento. "Se eles fossem mudar o trajeto iriam avisar a gente", disse Doralize Ribeiro, mãe de Izadora.

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